Inicialmente, o tema previsto para o encontro era a fiscalização das inserções publicitárias eleitorais. A coligação de Bolsonaro alegou, durante a campanha, que foi prejudicada por supostamente não terem sido veiculadas propagandas de rádio do presidente.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) extinguiu a petição no dia 26 de outubro, sob as alegações de que a fiscalização é de responsabilidade das campanhas eleitorais, e não da corte, conforme nota técnica enviada pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).
O Aos Fatos revelou que o relatório contabilizou ao menos 9.764 inserções a mais do que as rádios citadas veicularam na realidade — das quais 6.906 (70% do total) para o PT e 2.858 (30%) para o PL, tornando o argumento central da peça inválido.
Fernando Cerimedo apresentou novamente as alegações falsas presentes no texto mostrado no canal La Derecha Diario no YouTube. Ele voltou a afirmar que urnas anteriores a 2020 apresentaram votos “sempre a favor do Lula”, e que isso poderia acontecer por ação externa de um algoritmo, o que já foi desmentido.
Segundo o TSE, “a votação em cada local se dá de acordo com a realidade da região, sem qualquer vínculo com o modelo de urna empregado”. Além disso, Aos Fatos apurou que urnas de 2009 e 2010 registraram 100% dos votos tanto para Lula como para Bolsonaro.
Carlos Rocha, do Instituto Voto Legal, voltou a levar ao Senado a questão dos erros nos logs das urnas anteriores a 2020. Ele afirmou que isso poderia ser feito em um processo de verificação extraordinária, proposto ao TSE. “Pode ser meramente um erro de programação. O nosso relatório apresentou apenas indícios de mau funcionamento”, declarou Rocha.
Como Aos Fatos demonstrou, esse suposto problema não impede a identificação das urnas nem prova fraude eleitoral, porque outros números nos arquivos permitem verificar a identidade do equipamento de votação.
O pedido da coligação de Bolsonaro de verificação extraordinária com base nesse relatório foi indeferido pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que também determinou uma multa de R$ 22,9 milhões ao partido por litigância de má-fé. As urnas contestadas pelo partido também foram utilizadas no primeiro turno da eleição, e o relatório não apresentou indícios de fraude que justifique a reavaliação dos votos.
Foram convidados para a audiência pública os ministros Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), instituição que foi criticada em várias das manifestações na audiência. Na terça-feira ada (22) também foi aprovada uma audiência pública para debater as metodologias de pesquisas eleitorais, pedida por outro senador governista, Carlos Portinho (PL-RJ).