Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 1.100 compartilhamentos no Facebook, 1,6 milhões de visualizações no X e 100 mil visualizações no Tik Tok até a tarde desta sexta-feira (10).
SBT apaga todos os vestígios da matéria sobre o Rio Grande do Sul
É falso que o SBT apagou de suas redes uma reportagem sobre caminhões com doações barrados no Rio Grande do Sul. Aos Fatos verificou que a íntegra da reportagem, exibida pelo programa “Tá na Hora” na terça-feira (7), pode ser ada no site do SBT e no YouTube, plataforma em que foi publicada às 20h04 do mesmo dia. Além disso, a conta do programa no Instagram tem publicado trechos desde então.
A Wayback Machine, ferramenta que salva prints de páginas na internet, registrou o vídeo nove vezes entre quarta-feira (8) e esta sexta (10). O único registro que prova que o vídeo estava inível foi feito às 1h06 (horário de Brasília) da manhã de quarta. No print, consta a informação de que o vídeo estava em modo privado, o que não significa que o material tenha sido apagado. A partir do registro seguinte, às 11h20 do mesmo dia, não há qualquer restrição no vídeo, que possui 98 comentários, mas a plataforma não informa a data e o horário da primeira mensagem.
Em nota enviada ao Aos Fatos, o SBT confirmou que deixou o vídeo no privado por um período para apurar as informações contidas na reportagem, e que ao ser constatada a veracidade da matéria, o veículo voltou a liberar o o nas redes sociais. Ainda de acordo com a nota, a restrição de o ocorreu entre às 21h de 7 de maio até às 11h do dia seguinte.
O boato de que o SBT teria apagado a reportagem nas redes sociais começou na noite de terça (7), mas ganhou fôlego a partir de uma publicação do humorista Antônio Tabet, às 13h43 do dia seguinte no X, que teve mais de 920 mil visualizações desde então. Nela, Tabet compartilhou um print mostrando que vídeo da reportagem do SBT, no YouTube, estava em modo privado, o que significa que o o tinha sido restringido – mas não que o vídeo apagado da plataforma.
Ainda que o vídeo da reportagem pudesse estar inível entre a noite de 7 de maio e parte da manhã do dia seguinte, no perfil do “Tá no Hora”, no Instagram, trechos da reportagem e vídeos em que a repórter Márcia Dantas comenta o caso permaneceram no ar.
Não há indícios que as publicações no Instagram tenham sido em algum momento arquivadas ou posteriormente editadas.
Na reportagem exibida pelo SBT, o superintendente da Defesa Civil de Florianópolis, Samuel Vidal, que escoltava o comboio, afirmou ter recebido uma multa de R$ 200 por excesso de carga ao ser parado em um posto da ANTT em Araranguá (SC) e que iria recorrer. O caso viralizou e foi usado para alimentar desinformação e disputa política.
Na noite de terça-feira (7), a ANTT emitiu uma nota dizendo que não estava retendo veículos de carga nas vias de o ao Rio Grande do Sul. Disse também que não estava sendo solicitada nota fiscal nem havendo aplicação de multas sobre veículos que transportam donativos.
Na manhã do dia seguinte, a ANTT anunciou uma portaria oficializando a flexibilização de medidas de fiscalização devido ao estado de calamidade no Rio Grande do Sul, reconhecido pelo decreto legislativo nº 236/2024 e pelo decreto nº 57.603, do governo estadual gaúcho. Horas depois o SBT emitiu uma nota dizendo que a emissora “não produz inverdades” e que “a informação foi confirmada na quarta-feira pela agência”.
Referências