Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 54,2 mil curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (6). As peças falsas ainda alcançaram centenas de visualizações no TikTok.
URGENTE. Interpol rejeita pedido de prisão internacional de Carla Zambelli, expondo abuso de autoridade de Moraes.
Publicações nas redes mentem ao afirmar que a Interpol rejeitou o pedido de inclusão de Carla Zambelli na lista internacional de procurados. Diferentemente do que alegam os posts enganosos, a organização, que promove a cooperação de forças de segurança de 196 países, deferiu o pedido do ministro Alexandre de Moraes na última quinta (5).
O fato foi noticiado por veículos de imprensa como a Folha de S.Paulo e a BBC Brasil. A inclusão na chamada lista de difusão vermelha faz com que a deputada seja procurada nos 196 países-membros da organização.
Apesar do deferimento, o nome de Zambelli não consta na página de foragidos da organização internacional. Questionada pelo Aos Fatos, a Polícia Federal brasileira esclareceu que, apesar de alguns nomes serem publicizados no site, outros ficam disponíveis apenas para consultas internas.
Moraes atendeu a uma solicitação da PGR (Procuradoria-Geral da República), que pediu a prisão preventiva, o bloqueio de bens e a inclusão do nome da deputada na lista da Interpol depois de ela anunciar ter saído do país.
A fuga aconteceu menos de um mês depois de a parlamentar ter sido condenada pelo STF a dez anos de prisão por comandar a invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Zambelli também é investigada por obstrução de Justiça.
Nos últimos anos, a Interpol rejeitou dois pedidos do ministro Alexandre de Moraes para incluir figuras do bolsonarismo na lista de procurados: os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, que estão, respectivamente, nos Estados Unidos e na Espanha.
Por meio de busca na imprensa, Aos Fatos constatou que a Interpol aceitou a inclusão do nome da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha da organização. Também consultamos reportagens para contextualizar a condenação judicial da parlamentar.
Referências