Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam ao menos 1.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter) até a tarde desta segunda-feira (6).
A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, ao que tudo indica, terá dimensões nunca antes vistas. Além dos enormes danos aos humanos, as criações de animais também sofrem muito. As imagens do vídeo mostram o gado sendo levado pelas águas.
Publicações nas redes têm compartilhado um vídeo antigo que mostra animais sendo levados por uma enchente no México como se fosse um registro das chuvas que atingem atualmente o Rio Grande do Sul. Por meio de busca reversa, Aos Fatos identificou que a filmagem foi feita em julho de 2020 no estado mexicano de Nayarit, quando fortes chuvas causadas pelo furacão Hanna fizeram com que um rio local transbordasse.
#VideoViral Las fuertes lluvias🌧️ por el huracán #Hanna🌀 provocó el desborde del río “El Conchal” en #Nayarit, arrastrando a su paso una gran cantidad de ganado🐮🐄🐂 pic.twitter.com/TnzQp86BO8
— El Diario de Coahuila (@DiarioCoahuila) July 28, 2020
De acordo com uma página local, as imagens foram gravadas perto do município de Zacualpan. Na versão estendida do vídeo, é possível perceber que um dos homens fala espanhol. Posteriormente, foi noticiado que os animais conseguiram se salvar (veja abaixo):
O registro que agora é atribuído às enchentes no Rio Grande do Sul também já foi relacionado aos estragos causados por tempestades no Paquistão, na Colômbia e na Nicarágua em 2020, e, mais tarde, a chuvas ocorridas no Brasil no estados da Bahia, de Minas Gerais e do Tocantins.
É fato, no entanto, que o estado gaúcho tem sofrido com inundações decorrentes de fortes chuvas que atingem a região desde o início de maio. De acordo com a Defesa Civil, até o momento 83 pessoas morreram, 111 estão desaparecidas e mais de 120 mil estão desalojadas. Ao menos 336 dos 497 municípios do estado estão em estado de calamidade.
Em Porto Alegre, o lago Guaíba atingiu 5,35 metros no último domingo (5), o maior nível da história.
Esta peça de desinformação também foi desmentida pela Reuters.
Referências
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